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Saiba como implantar a educação financeira nas escolas

A educação financeira nas escolas ensina os jovens a serem consumidores conscientes, garantindo e planejando um futuro digno a todos.

No âmbito das novas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), publicada em dezembro de 2019, um tema tem chamado bastante atenção e suscitado algumas dúvidas: a inserção da educação financeira como habilidade obrigatória a ser desenvolvida pelas escolas de todo o país na Educação Infantil e Ensino Fundamental.

Antes de mais nada, é preciso ressaltar que a educação financeira deve ser um tema transversal — isto é, que perpassa os vários componentes curriculares. Assim, a obrigatoriedade diz respeito à competência que os estudantes devem adquirir a partir da associação dos conteúdos em diversas área do conhecimento.

Fazer com que o estudante seja capaz de integrar os conhecimentos e convertê-los em prática é o principal objetivo. Dessa forma, a decisão visa, a longo prazo, a uma mudança de comportamento das pessoas com relação ao dinheiro, de modo a torná-las mais críticas e conscientes quanto ao consumo e à gestão das próprias finanças.

Quer saber mais sobre a importância da educação financeira nas escolas e como implementá-la atendendo aos critérios estabelecidos pela BNCC? Continue a leitura e fique por dentro!

Por que ensinar finanças para crianças e adolescentes?

A partir de 2020, educação financeira é tema transversal obrigatório para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. Colégios de todo o território nacional devem seguir as diretivas da BNCC e efetuar uma abordagem a partir dos diferentes componentes curriculares ou por meio de projetos interdisciplinares.

O intuito é estabelecer uma comunicação efetiva entre o ensino e a realidade dos estudantes e, mais do que isso, contribuir para uma efetiva mudança de conduta dos indivíduos no que se refere à gestão do dinheiro. Logo, podemos dizer que o assunto é de grande relevância para a educação, uma vez que prepara crianças e adolescentes para o exercício da cidadania, isto é, para uma atuação crítica e consciente na sociedade em que vivem.

Além disso, adquirir habilidade financeira significa trabalhar uma série de outras habilidades socioemocionais, tais como autoconhecimento, disciplina, organização, autocontrole, planejamento, resiliência, capacidade de tomar decisões etc. O quanto antes os estudantes forem educados financeiramente, maiores são as chances de se tornarem pessoas responsáveis com o uso de recursos.

A utilização sustentável dos recursos é um ponto importante desse processo de aprendizado, pois vivemos em uma sociedade que costuma priorizar o consumo ante os valores éticos. Sendo assim, o tema vai muito além da matemática: ele implica a necessária reflexão e posicionamento frente a questões de ordem ambiental, social, cultural, econômica e psicológica.

A educação financeira ensina os jovens a não serem consumistas e sim consumidores conscientes. Cuidar da própria saúde, cultivar uma alimentação saudável e preservar o meio ambiente são algumas das inúmeras lições que essas aulas também oferecem. O que está em jogo, sobretudo, é a construção e a garantia de um futuro planejado e digno — para o próprio indivíduo e para a coletividade.

Quais os desafios de implantar educação financeira nas escolas?

Por muito tempo entendemos a educação financeira como um assunto que deveria ser abordado e desenvolvido, exclusivamente, nas aulas de Matemática. Ao destacá-la em suas diretrizes como uma habilidade, isto é, como um tema transdisciplinar, a BNCC faz com que seja tratada de modo mais articulado e complexo.

Conforme já foi dito, ensinar os estudantes a lidar saudavelmente com o dinheiro é fazê-los olhar para as múltiplas dimensões do fenômeno consumo. Por essa razão, as questões relativas à economia podem ser estudadas não só na disciplina de Matemática, mas também na Geografia, Biologia, Língua Portuguesa, Arte, História, entre outras.

No entanto, sabemos que a mudança de enfoque trazida pela BNCC e sua obrigatoriedade geraram desafios para os gestores escolares e para os educadores no que tange à sua implementação. Afinal, como trabalhar, de maneira proveitosa e eficiente, a educação financeira com crianças e adolescentes ?

Para responder a essa pergunta, é preciso lembrar que todo e qualquer conteúdo só pode ser incorporado e transformado em habilidade se fizer sentido para o estudante, isto é, se dialogar com a realidade. Ademais, projetos e metodologias que conectam as diferentes áreas do conhecimento tornam crianças e adolescentes mais bem preparados para enfrentar os desafios da vida cotidiana.

Vale lembrar que o conceito de educação financeira está menos relacionado com construção de planilhas e mais com a modificação dos comportamentos. O objetivo de abordá-la nas escolas é o de formar estudantes financeiramente saudáveis, que saibam planejar, tomar decisões responsáveis socialmente e caminhar em direção à concretização de seus sonhos.

Como abordar o tema nas aulas?

A educação financeira e outras competências estão previstas e firmadas na nova BNCC para as séries da Educação Infantil e Ensino Fundamental. O tema deve ser incluído dentre os conteúdos e articulado com as outras áreas do conhecimento na forma de projetos, priorizando sempre as vivências práticas.

Aqui, vale enfatizar a relevância de as escolas adotarem um programa cuja proposta curricular, bem como as metodologias, possibilitem o pleno desenvolvimento, nos estudantes, das habilidades e competências exigidas pela BNCC. Ao professor cabe o compromisso de dirigir a sua ação para o estabelecimento de uma conexão profunda entre o conhecimento transmitido e a vida cotidiana do estudantes, de modo a viabilizar uma aprendizagem comportamental.

Os professores podem sempre atentar às condições de recepção de cada faixa etária para elaborar seu plano de aula. No ensino infantil, as fábulas e os jogos são interessantes recursos didáticos, que possibilitam situações interativas de aprendizado.

Construir cofrinhos com material reciclável também é uma ótima dica para as crianças menores. Para mais, os pequenos devem ser cercados de exemplos práticos. Aborde, em uma linguagem adequada, o uso do dinheiro em situações do dia a dia e a importância das pequenas ações para a preservação do meio ambiente — fechar as torneiras para economizar água e separar o lixo orgânico do reciclável são algumas delas.

Para os adolescentes, a educação financeira pode ser relacionada também com as aulas de História, por exemplo, ao resgatar o surgimento do dinheiro, seu papel na sociedade e, a partir disso, refletir sobre o momento histórico atual, marcado pelo consumo desenfreado e irresponsável. As ciências naturais e a Geografia também podem colaborar para o entendimento da escassez dos recursos naturais e a necessidade do desenvolvimento sustentável das nações.

Os professores e gestores escolares têm liberdade para escolher os materiais e compor as próprias grades curriculares. O mais importante é que estejam sempre atentos à dimensão prática desse conhecimento e que ele seja oferecido de modo palpável para os estudantes.

A Escola da Inteligência elaborou um programa de educação financeira comportamental chamado Gênio das Finanças, que, associando economia, psicologia e educação, fortalece o viés comportamental da aprendizagem, ensinando os estudantes como superar as armadilhas psicológicas relacionadas às finanças.



Fonte: https://escoladainteligencia.com.br/educacao-financeira-nas-escolas/